Era natural do Estreito de Câmara de Lobos. Nasceu a 29 de agosto 1937 e faleceu a 25 outubro de 1914.
Era uma mulher entusiasta em partilhar a sua fé: como catequista, na ação católica, no caminho neo catecumenal e no exercício da profissão de auxiliar de Farmácia. Mas tudo isto não enchia a sua vida, pois ansiava por algo mais: entregar-se toda a Deus. Assim, em 17 de abril de 1991, iniciou a formação em ordem à consagração neste instituto, continuando a viver na sua terra, como secular consagrada. Fez a formação de inserção no Instituto através de diferentes meios, inclusive com deslocações ao Continente.
"Nos anos verdes da minha vida, conheci a Senhora Sabina a palmilhar os caminhos do Estreito de Câmara de Lobos, a trabalhar na farmácia, e a tocar no órgão da Igreja Paroquial. Naquela altura, a Sabina caminhava com passo determinado e ligeiro, um sorriso nos lábios e uma postura elegante, mas já era notório, para mim, que se tratava de uma pessoa invulgar, pelo tom sereno da sua voz e inteligência sagaz nas respostas a qualquer abordagem que lhe fosse feita, dentro ou fora da farmácia.
É fascinante recordar uma Senhora como a Sabina. Para além do seu porte firme e ascético, conseguia marcar uma presença envolvente e atenta a todos os pormenores, numa situação concreta, no trabalho ou na Igreja. Era exigente na sua atuação, prudente na sua expressão, e determinada na ação.
É espantoso, passados 25 anos depois de deixar de a ver, saber que a Sabina tinha pertencido ao Instituto. Ao mesmo tempo percebi donde lhe vinha a luz e a sabedoria de vida.
Aquilo que mais me agrada neste momento é saber que o seu testemunho de vida coerente, reto, discreto e de acuidade, era sustentado pelo espírito do Seu Instituto. A Sabina sempre me mostrou quem era, não por palavras, mas pelo seu exemplo de vida, discreta, humilde e de profundo respeito, por si e pelos outros.
É possível renascer para uma relação, ainda que seja com os que já partiram. Sim, isso aconteceu comigo, ao tomar conhecimento de que a Sabina pertencia a um Instituto Secular. Essa feliz notícia, fez renascer dentro de mim um misto de sentimentos; por um lado, a pena do desconhecimento da sua pertença a um Instituto Secular, e por outro, uma gratidão enorme pelo rasto de bem que ela deixou, em mim e em muitos jovens da minha geração.
Em cada atitude da Sabina, a presença de Jesus estava ali, mesmo à nossa frente. Um exemplo de persistência, fidelidade e bondade".
Irmã Adelaide - S. José de Cluny