Jubileu 2025
Jubileu 2025, o incontornável tema!
“Jubileu” é o nome de um ano particular: parece derivar do instrumento que se usava para indicar o seu início; trata-se do yobel, o chifre do carneiro, cujo som anuncia o Dia da Expiação (Yom Kippur). A dimensão espiritual do Jubileu, que convida à conversão, sublinha que todos somos peregrinos na terra onde o Senhor nos colocou para a cultivar e guardar (cf. Gn 2, 15).
Diz-nos o Papa:
Devemos manter acesa a chama da esperança que nos foi dada e fazer todo o possível para que cada um recupere a força e a certeza de olhar para o futuro com espírito aberto, coração confiante e mente clarividente. O próximo Jubileu poderá favorecer imenso a recomposição dum clima de esperança e confiança, como sinal dum renovado renascimento do qual todos sentimos a urgência. Por isso escolhi o lema Peregrinos de esperança. Entretanto tudo isto será possível se formos capazes de recuperar o sentido de fraternidade universal, se não fecharmos os olhos diante do drama da pobreza crescente que impede milhões de homens, mulheres, jovens e crianças de viverem de maneira digna de seres humanos. Não nos desleixemos, ao longo do caminho, de contemplar a beleza da criação e cuidar da nossa casa comum. Almejo que o próximo Ano Jubilar seja celebrado e vivido também com esta intenção: o cuidado da criação. Com efeito, um número cada vez maior de pessoas, incluindo muitos jovens e adolescentes, reconhece que o cuidado da criação é expressão essencial da fé em Deus e da obediência à sua vontade... proponho que no ano 2024 seja ‘tocada’ uma grande «sinfonia» de oração. Oração, em primeiro lugar, para recuperar o desejo de estar na presença do Senhor, escutá-Lo e adorá-Lo. Oração, depois, para agradecer a Deus tantos dons do seu amor por nós e louvar a sua obra na criação, que a todos compromete no respeito e numa ação concreta e responsável em prol da sua salvaguarda. Oração, ainda, como voz de «um só coração e uma só alma» (cf. At 4, 32), que se traduz na solidariedade e partilha do pão quotidiano. Oração, além disso, que permita a cada homem e mulher deste mundo dirigir-se ao único Deus, para lhe expressar tudo o que traz no segredo do coração. E oração como via mestra para a santidade, que leva a viver a contemplação inclusive no meio da ação. Em suma, um ano intenso de oração, em que os corações se abram para receber a abundância da graça, fazendo do «Pai Nosso» – a oração que Jesus nos ensinou – o programa de vida de todos os seus discípulos.
Alguns sinais do jubileu:
- Peregrinação - A peregrinação é uma experiência de conversão, de mudar a vida a direcioná-la para a santidade de Deus.
- Reconciliação, é um "tempo favorável" (cf. 2 Cor 6:2) para a própria conversão. Coloca-se Deus no centro de sua existência, movendo-se em direção a Ele e reconhecendo a Sua primazia. Até mesmo a referência à restauração da justiça social e do respeito pela terra, na Bíblia, surge de uma exigência teológica: se Deus é o criador do universo, ele deve ter prioridade sobre todas as realidades. É ele quem torna este ano santo, dando a sua própria santidade.
- Oração - Os momentos de oração feitos durante a peregrinação mostram que o peregrino tem os caminhos de Deus “em seu coração” (Sl 83,6). Também para esse tipo de descanso servem as paragens e as várias etapas, muitas vezes fixadas em torno de albergues, santuários ou outros lugares particularmente ricos do ponto de vista do significado espiritual, onde se percebe que – antes e ao mesmo tempo – outros peregrinos por ali passaram e que caminhos de santidade percorreram nesses mesmos percursos.
Rezemos: A tua graça nos transforme em cultivadores diligentes das sementes do Evangelho que fermentem a humanidade e o cosmos, na espera confiante dos novos céus e da nova terra, quando, vencidas as potências do Mal, se manifestar para sempre a tua glória.
Queremos ser como luzes nas noites mais escuras, guiando outros pelo caminho da fé, do amor e da solidariedade.
Peregrinos De Esperança
1. Toda a língua, povo e nação tua luz encontra na Palavra. Os teus filhos, frágeis e dispersos se reúnem no teu Filho amado.
2. Deus nos olha, terno e paciente: nasce a aurora de um futuro novo. Novos Céus, Terra feita nova: passa os muros, ‘Spirito de vida.
3. Ergue os olhos, move-te com o vento, não te atrases: chega Deus, no tempo. Jesus Cristo por ti se fez Homem: aos milhares seguem o Caminho.
No Contexto do Jubileu da Esperança
O conceito de secularidade consagrada, vivida no âmbito dos Institutos Seculares, representa uma vivência vocacional singular que interpela a Igreja e a sociedade contemporânea de forma profunda e inovadora. Em pleno século XXI, e no contexto de um Jubileu da Esperança, surge mais uma vez a oportunidade de refletir sobre o papel vital que estes institutos desempenham na renovação espiritual e na construção de um mundo mais humano, justo e solidário.
Uma Forma de Presença no Mundo
Os Institutos Seculares são uma forma particular de vida consagrada, em que os membros, embora vivendo em plena fidelidade ao Evangelho, não renunciam ao seu envolvimento com o mundo. Ao contrário das tradições mais comuns da vida religiosa, em que os consagrados se retiram do mundo para viverem em comunidades fechadas, os membros dos Institutos Seculares permanecem ativos na sociedade, seja no campo profissional, seja no exercício de outras vocações temporais. A sua consagração não é apenas um voto ou uma promessa, mas uma forma de transformação profunda da sua vida diária à luz do Evangelho, preservando a sua presença nas realidades seculares e testemunhando o amor de Deus na vida quotidiana.
A secularidade consagrada não implica um afastamento do mundo, mas sim uma forma de estar nele de maneira profunda e transformadora. Os membros desses institutos veem na sua missão o desafio de consagrar os aspetos mais comuns e quotidianos da vida — o trabalho, a família, as relações interpessoais — como expressão da sua fé e do seu compromisso com Cristo.
O Jubileu da Esperança: Um Convite à Renovação
No contexto do Jubileu da Esperança, convocado pela Igreja para celebrar e reforçar a força transformadora da esperança cristã no mundo contemporâneo, a secularidade consagrada é chamada a assumir uma posição ainda mais relevante. O Jubileu é um tempo de graça, um convite para renovar a própria relação com Deus e com o próximo, e, portanto, para refletir sobre a nossa vocação, individualmente e como comunidade.
A esperança que emerge no Jubileu não é uma esperança abstrata ou meramente teórica, mas uma esperança concreta que se manifesta no compromisso diário de cada cristão com a transformação do mundo em Cristo. Neste sentido, os membros dos Institutos Seculares são chamados a ser sinais vivos de uma esperança que não se limita ao céu, mas se estende à terra, ao mundo em que vivemos, com todos os seus desafios e complexidades. É o tempo de ser esperança.
Esta vocação tem a missão de semear esperança nos espaços mais desafiadores da sociedade contemporânea, onde a fé muitas vezes parece perdida ou esquecida. Ao dedicar-se aos cuidados da vida quotidiana com um olhar de fé, os consagrados nos Institutos Seculares tornam-se um testemunho da possibilidade de santidade em qualquer contexto, por mais secular que seja.
Desafios e Oportunidades no Hoje da História
Hoje, no mundo secularizado em que vivemos, os Institutos Seculares enfrentam desafios consideráveis. A sociedade tende a fragmentar a vida espiritual da vida quotidiana, tornando cada vez mais difícil para os cristãos integrar de forma natural a sua fé nas suas atividades diárias. Ao mesmo tempo, a secularização pode oferecer uma falsa promessa de realização plena sem necessidade de transcendência. Contudo, é precisamente neste ambiente que a secularidade consagrada se torna uma presença profética, mostrando que é possível encontrar a verdadeira plenitude humana em Cristo, mesmo no seio das realidades temporais.
Os Institutos Seculares têm a oportunidade de ser faróis de esperança em tempos de crise. Num mundo marcado por incertezas, divisões e desafios sociais, as suas vidas dedicadas à missão do Reino de Deus são um lembrete de que a esperança cristã não está apenas no futuro, mas que se manifesta no presente, na ação concreta de quem escolhe viver a sua fé no mundo.
A secularidade consagrada não se reduz à busca pessoal de santidade, mas é um movimento que implica um compromisso com a humanidade. É um convite a todos os cristãos a viver a sua vocação de forma mais autêntica e profunda, sem fugir das dificuldades ou ilusões do mundo, mas confrontando-as com a força da fé.
Conclusão
O Jubileu da Esperança, como um tempo de renovação e de ação, é uma oportunidade de relembrar o papel vital da secularidade consagrada na Igreja e no mundo.
Os Institutos Seculares, com a sua proposta única de santificação no meio do mundo, são sinais vivos de que a verdadeira esperança cristã não se limita ao transcendente, mas se faz carne no quotidiano, na realidade de cada dia. É no seio das famílias, dos ambientes de trabalho, nas relações sociais e culturais que a fé deve ser vivida, transformando e renovando as estruturas da sociedade de dentro para fora.
Peregrinos da esperança são aqueles que não desistem perante as dificuldades, que mantêm os olhos no horizonte e acreditam que a jornada tem um propósito, mesmo quando o destino final ainda parece distante. São testemunhas de que, por mais que o caminho seja longo e difícil, a esperança nunca se perde, pois ela se renova a cada passo dado, a cada gesto de generosidade e a cada nova oportunidade de fazer a diferença.
A peregrinação é, muitas vezes, uma metáfora para a vida, onde cada um de nós, como peregrino, enfrenta desafios, lutas e momentos de incerteza. Mas, assim como os peregrinos nas grandes rotas religiosas, a esperança é o que os mantém em movimento, mesmo quando o caminho parece árduo. Queremos ser como luzes nas noites mais escuras, guiando outros pelo caminho da fé, do amor e da solidariedade. Seja numa caminhada espiritual, seja numa luta diária por um futuro melhor, os peregrinos da esperança sabem que a verdadeira força está na união, no apoio mútuo e na capacidade de transformar a adversidade em oportunidade para o bem comum.
Rosário